Carta a Ir. A. Adelaide Pezzoni
Sampierdarena 5 de abril de 1871
A. M. F.
A bênção do Eterno Pai esteja conosco!
Filhinha,
Seja bendita nossa Mãe Sant’Ana, Mãe da Imaculada!
Recebo agora tuas duas linhas, meia folha de papel junto ao escrito de “Chini”. (...)
Minha querida filha espero que tu sejas forte e toda confiante em Deus. Desejo uma coisa de ti: que tu procures estudar como amar a Deus com um amor todo puro e ardente, abrasado. Se chegares a isto, eu te direi: “Faze o que queres que tudo farás bem”. Ama e faze tudo o que queres, dizia Sto. Agostinho. Sim, minha cara, ama, ama, este caro Deus Pai, que tudo farás com gosto.
Ao retomar estas duas linhas que te escrevo, de modo tão desconexo, vê, quando me encontrava num terço das palavras, ama o meu Eterno tudo, ah! que me acontece!! Filha, esta destruída humanidade foi ferida barbaramente com uma faca de uma lâmina sutilíssima. Ai de mim! Enquanto sentia o golpe mais que nunca, tão asperamente, abria-se em mim o talho. Ah, filha, que gozo não me deu! Esta tua indgníssima mãe!
Coragem! Ah, sim! que coisa pode ser mais consoladora do que quando podemos abrir o nosso peito ao nosso caro Deus e todo soberano e lhe dizer: “Dignai-vos olhar as nossas feridas” e todas, uma a uma, enumerá-las e aquela que ainda sangra e por estar tão aberta e dilacerada, com uma dor extrema; esta é aquela onde se firma o seu olhar. Minha filha, que faz este santíssimo olhar? Medica a ferida com um ungüento balsâmico e fica paralisada e expande sobre as outras o seu néctar suavíssimo e gostosíssimo que adoça todas as coisas e de pragas ásperas e dolorosas tornam-se suavíssimos confortos, doces companheiras, amorosas irmãs.
Ai de mim! minha cara, quando falo destas feridas e quando lembro o néctar suavíssimo que produzem, não faria nada mais do que falar por cem anos, jamais me cansaria, nem ficaria saciada, mas com grande pena devo deixar e tratar dos afazeres desta casa.
Agora recebo outra carta tua, onde falas da jovem. O padre diz que lhe basta o teu primeiro escrito, está bem, senão tu não podes fazer-lhe outro, assim te escrevem os teus superiores. Agora manda súbito as duas enfermeiras, súbito; espero que segunda-feira às 6h estejam na estação, mandar-lhe- as no comboio das 12h que parte de Piacenza e chega aqui as 6 da noite.
Adeus, sou a tua pobre
Madre Rosa
Traduzido de: Lettere -2- n.41 pág. 97
Prezados Leitores e Leitoras
Nesta carta para Ir. Adelaide, Madre Rosa releva a necessidade de estudar como amar a Deus com amor puro e tudo se tornará fácil e gratificante. É bastante consolador mostrar a Deus nossas feridas. Ele as adoça e faz surgir doces consolações.
Contribuição: Ir. A. Frassinetti Fernandes
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